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Entre 1974 e 1976, Leon Hirszman realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Na trilogia há a documentação dos cantos de trabalho da cana-de-açúcar, de Feira de Santana, dos plantadores de cacau, de Itabuna, e de multirões, em Chã Preta. É uma espécie de partido-alto do campo, uma roda de samba no trabalho, afirma o cineasta que confessadamente caminhava na trilha por Humberto Mauro e Mário de Andrade no resgate dessa prática cultural em vias de extinção.
Filmado em Chã Preta, na região de Viçosa, Alagoas, durante a produção de S. Bernardo, documenta uma manifestação popular em vias de extinção, o "Rojão do eito", cantada pelos camponeses.
Filmado na região de Itabuna, Bahia, o documentário recolhe cantos e danças dos trabalhadores das roças de cacau, praticados nas atividades de extração e "pisa" da fruta.
Ao mesmo tempo em que transformam a natureza, certas atividades humanas, pelo seu caráter sazonal, criam manifestações culturais e artísticas muito particulares pela dimensão do ritmo que contêm. Seguindo os passos de Mário de Andrade e de Humberto Mauro, Leon Hirszman registra na fronteira de Feira de Santana, Bahia, as cantorias dos trabalhadores da cultura de cana-de-açúcar.