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SONHAR TV é um movimento para discussão coletiva que visa refletir sobre o que seria uma hipotética televisão dos sonhos para a sociedade. Comprometido com profunda pesquisa dos agentes envolvidos na produção e consumo da televisão e suas propostas, o projeto pretende, a longo prazo, estimular uma nova maneira de compreender o meio e estimular o desenvolvimento de formatos televisivos inovadores.O primeiro movimento desta iniciativa consiste no lançamento da plataforma SONHAR TV na internet, um espaço pensado para a discussão plural sobre a televisão. A plataforma abriga e disponibiliza ao público vídeos e textos relacionados aos temas das discussões, fortuna crítica e registros audiovisuais de entrevistas com personalidades dos diversos elos da cadeia produtiva televisiva – dos acadêmicos aos produtores, dos artistas aos críticos, dos executivos de TV ao público consumidor. Nossa meta é que o portal se torne uma fonte permanente de informação e referência, para que executivos e criativos busquem alternativas inovadoras para o aprimoramento da televisão.A plataforma reúne conteúdos gerados a partir do envolvimento de grandes teóricos do Brasil, como Arlindo Machado, Renato Janine Ribeiro, Esther Hamburger e Eugênio Bucci; produtores e executivos como Zico Goes e Nelson Hoineff; dramaturgos, como Marcílio Moraes e Newton Cannito; diretores e criativos como Tadeu Jungle, Nilton Travesso e Del Rangel; além de personagens do meio, como Danilo Gentili.O segundo movimento da iniciativa será a realização do 1o Seminário Internacional SONHAR TV, na Cinemateca Brasileira, amplificando a discussão iniciada na rede através de debates presenciais que agreguem realizadores e convidados internacionais, além de personalidades do universo audiovisual brasileiro. As palestras serão organizadas para provocar o público e estimulá-lo a expandir este movimento de reflexão sobre televisão para além dos espaços já estabelecidos pelo projeto, invadindo os mesmos lugares cotidianos onde está presente a televisão: nas conversas em casa, no trabalho e instituições de ensino. SONHAR TV é uma iniciativa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura do Brasil (SAv/MinC), realizado pela Cinemateca Brasileira e Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), sob a gestão e produção da Academia de Cultura, empresa do Grupo INK.
Em sua entrevista, Renato Janine Ribeiro faz uma análise profunda sobre diversos assuntos que cercam a televisão: audiência, qualidade, regulação, censura, ética, educação, entre muitos outros.Renato se posiciona no ponto de vista do espectador para analisar a televisão e sua importância no cotidiano e imaginário coletivo. Ele ainda fala da qualidade da dramaturgia televisiva, da abordagem de questões sociais em novelas e da influência da audiência nas tramas. Aborda também assuntos delicados, como a ética no jornalismo e a crise do humor.
Fernando Meirelles, em sua entrevista, conta sobre a sua história na TV, reflete e analisa como eram seus ideais para fazer a televisão e, ao mesmo tempo, percebe o quanto os modos de fazê-la mudaram.Meirelles fala de sua experiência como espectador, dos autores e programas que admira. Aponta para as diferenças de se fazer cinema e televisão, do ponto de vista de produção, linguagem, público, direção e do projeto ser voltado para a televisão aberta ou paga.Por fim, conta sobre seus próximos projetos e fala de vários outros que tiveram que ser abandonados por diversas questões.
Danilo Gentili expõe sua visão sobre diversos temas relacionados à televisão, desde a influência do meio na sua infância até as dificuldades e limitações que sente ao trabalhar no veículo.O humorista deixa a imparcialidade de lado e emite opiniões pessoais como espectador e revela importância do humor na sua formação e trajetória. Com conhecimento de quem trabalha no meio, expõe alguns vícios que o incomodam na televisão e que, acredita, atrapalham a produção de bons conteúdos.Gentili fala dos limites do humor, da liberdade para a criação, da busca das emissoras pela audiência, dos anunciantes e também do lado apelativo da televisão.
Em sua entrevista Tadeu Jungle faz uma profunda reflexão sobre o momento atual da televisão e especula sobre as possibilidades da TV digital em todos os seus segmentos, da concepção à produção. Também analisa a revolução digital sob a ótica do espectador, do produtor e do criador.Tadeu emite suas opiniões sobre diversos temas como programação e publicidade infantil, regulação, censura, entre outros. Discute o papel que o governo deveria exercer tanto na criação de conteúdo, quanto na regulação e na criação de canais públicos.Revisita sua história na televisão de forma analítica, discutindo sua formação e o caminho que fez para escolher este meio como foco de seu trabalho. Conta como, no inicio dos anos 80, idealizava a televisão como meio de expressão numa época que era vista com preconceito pelos intelectuais.Fala também de como compunha seu personagem para apresentar o "Fábrica do Som", descreve a experiência da TVDO (TV TUDO) e os diferentes modos de produção que encontrou na sua carreira.
Em sua entrevista, Nilton Travesso faz uma avaliação da sua trajetória na televisão, revelando por suas memórias como era feita a televisão nos seus inícios no Brasil e como era a dedicação de quem trabalhava nos bastidores para que ela se tornasse o que é hoje.Travesso recorda momentos chaves da história, seu treinamento como câmera e sua chegada à direção, os incêndios da Record, como era trabalhar em TV durante a ditadura, o plano econômico do governo Collor, a criação de Pantanal e de outras novelas, além de diversos momentos especiais da MPB cujos arquivos foram perdidos.Travesso revela seus pensamentos atuais sobre a televisão, IBOPE, as novelas, a criatividade e o otimismo com os jovens talentos.
Em sua entrevista, Nelson Hoineff expõe seu embasamento teórico em estudos de televisão. Explica de forma didática várias transformações que ocorreram na TV em função da tecnologia, e também afirma sobre o que será transformado em função do digital.Hoineff analisa o que considera uma crise do momento atual da produção de conteúdo para TV, da falta de novos talentos e de aposta das emissoras. Aponta que a TV poderia se beneficiar de programas com novos formatos, ou mesmo de conteúdos polêmicos.Hoineff também relembra seu trabalho na TV, com a criação de programas de televisão, o processo e a repercussão do programa "Documento Especial" e dos documentários "Alô, alô, Terezinha" e "Caro Francis".
Em sua entrevista, Zico Goes reflete sobre diversos pontos chaves da televisão, que presenciou na prática ou como espectador. Revela grande conhecimento sobre as possibilidades de aplicação das ferramentas que a TV digital proporciona.Zico expõe outras perspectivas a respeito das características da televisão, tais como: interatividade, segmentação, audiência, TV educativa, on demand, grade de programação, reality show, experimentação, entre muitos outros.Ele também conta dos desafios enfrentados tanto da parte de produção e financiamento, quanto de audiência, em um canal pioneiro na segmentação para jovens na TV aberta.
Em sua entrevista Arlindo Machado reflete profundamente sobre a influência da Televisão na sociedade e sua importância como principal veículo de comunicação da segunda metade do século XX. A questão da audiência, interatividade, grade, expressão artística e censura são temas centrais da entrevista.Arlindo também ressalta a dificuldade que a televisão tem para adaptar-se à "era digital", construindo seu pensamento em torno das mudanças que ocorrerão com as novas tecnologias. Expõe seu conhecimento sobre a importância de obras artísticas realizadas para a televisão, citando diversos trabalhos inovadores, que considera de grande relevância artística. Ressalta também a evolução do pensamento por parte dos intelectuais, que a princípio ignoravam o meio, mas, de alguns anos para cá, têm desenvolvido uma série de estudos importantes sobre a televisão.
Em sua entrevista, Esther Hamburger relata a importância da TV, o papel que exerceu na família brasileira e a mudança do hábito de se assistir e debater televisão ao longo dos anos. Reflete sobre as perspectivas da TV digital, audiência, censura, programas de qualidade e a dificuldade da TV ser usada como instrumento educativo.Esther analisa a dramaturgia da televisão atual, citando diversas obras de novos autores que tem qualidades diferenciadas, sejam na temática ou no formato, assim como o gênero reality show, que acredita caiu numa fórmula repetitiva e desinteressante.Ressalta também a importância da televisão na formação de um "espelho" da sociedade. Cita como exemplo a retratação da pobreza e a diversidade étnica que se tornaram visíveis na TV depois da conquista da estabilidade econômica no Brasil.
Em sua entrevista, Marcílio Moraes conta sua trajetória como dramaturgo e como, por necessidade, veio a trabalhar na televisão. Fala sobre o aprendizado com Dias Gomes e a parceria com outros autores.Marcílio relata sua experiência de escrever telenovela e séries para a TV. A importância de uma dramaturgia concisa e de inovação, a questão da audiência, a interferência na trama, entre outros, são assuntos abordados pelo autor.Marcílio teoriza sobre diversos assuntos ligados a televisão, audiência, modos de produção, hegemonia, inovação. Defende a importância do autor/roteirista na mudança do analógico para o digital, principalmente na criação de histórias que interessem e atraiam grandes audiências.
Em sua entrevista, Eugênio Bucci reflete sobre os valores da sociedade vistos pela televisão. Entre os diversos assuntos abordados estão: regulação, censura, qualidade, audiência, educação pela TV, inovação, jornalismo, concessão e políticas públicas.Bucci defende a tese de que a TV é educativa mesmo quando não tem essa intenção e serve para definir um padrão de comportamento, tanto para bem quanto para o mal.Também conta como passou a olhar para a televisão como forma de observar o país e começou a refletir sobre o veículo e sobre a sociedade, em uma época em que os intelectuais costumavam olhar para os estudos de televisão com preconceito. Por fim, revela também seu lado pessoal, ao falar de uma TV ideal, voltada para um jornalismo diferente.
Em sua entrevista, Del Rangel reitera a importância da TV como o meio de comunicação mais poderoso da atualidade. Por isso, acredita que o meio deveria servir para melhorar a sociedade de várias formas, principalmente na educação.Del conta sua experiência profissional como diretor e produtor. Fala sobre a importância de lidar com o orçamento, posicionar-se como líder de equipe e escutar as sugestões dos demais. A importância da equipe artística da obra é algo reiterado por Del, que atenta ao fato de que cada pessoa envolvida no processo deve sentir-se um artista. Na produção de obras para a televisão, o conjunto é mais importante que os indivíduos: só trabalhando coletivamente uma obra audiovisual será grande.
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