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A busca da homogeneidade é uma pretensão pré-política, pois que apaga a diferença como elemento constituinte do corpo social e da política desde a Antiguidade Clássica até o Estado Moderno, como também, sua figura fundante, a exceção. Não poderíamos, portanto, falar rigorosamente de política quando estamos no reino da homogeneização. Bignotto defende que o imperativo “todos iguais pelo consumo” se sustenta num modo de identificação pré-político, uma vez que resulta na eliminação da diferença como elemento de coesão social, e o que estaria no horizonte do homem reduzido ao organismo e à sua condição pré-política, é, não propriamente o horizonte da política, mas o que Michel Foucault chamou nos anos 70 de biopolítica.Newton Bignotto é doutor em filosofia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales e professor do departamento de filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É autor de Origens do republicanismo moderno (2001) e Maquiavel (2003), entre outros.