Surplus - Terrorized Into Being Consumers
Surplus: Aterrorizado para Consumir
(https://img20.imageshack.us/img20/8959/surplusterrorizedintobe.jpg)
Página oficial | Atmo (http://www.atmo.se/film-and-tv/surplus/)
[imdb] (http://www.imdb.com/title/tt0368314/) [wikipedia] (http://en.wikipedia.org/wiki/index.html?curid=2526818)
Mais info sobre esta temática:
Página 1 (http://www.robdiego.com/altruism.htm) / Página 2 (http://www.westland.net/venice/art/cronk/consumer.htm) / Página 3 (http://www.empathicparenting.org/daycare/bigbroth.htm)
Iniciando com violentas cenas dos protestos do 27º encontro do G8 em Gênova, o documentário sueco de 2003, dirigido pelo italiano Erik Gandini, escancara sem piedade as mazelas da globalização e da sociedade de consumo.
Filmado na China, EUA, Cuba, Itália, Hungria, Índia, Canada e Suécia, e editado pelo compositor Johan Söderberg, esta odisséia visual sobre a natureza destrutiva da cultura de consumo ganhou um dos mais prestigiosos prêmos da categoria: o Lobo de Prata do Festival Internacional de Documentários de 2003 (IDFA), em Amsterdã, além do prêmio Cora Coralina de melhor obra no FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, no Brasil.
O filme levou três anos para ser concluído e foi produzido inicialmente para a televisão pública sueca (dado interessantíssimo, diga-se de passagem). O documentário utiliza a técnica de sincronização labial para formar interessante intercâmbio entre imagem e som, trocando discursos de Fidel Castro, George W. Bush, Silvio Berlusconi e Steve Ballmer (CEO da Microsoft), entre outros.
Editado em estilo mixagem, quase como um trabalho de DJ e VJ em uma única peça, o filme gera um estado de hipnose neurótica semelhante ao que se encontram os consumidores aterrorizados, sempre em busca da felicidade instantânea. É a lógica do "feitiço contra o feiticeiro", ou a subversão da linguagem do videoclipe e dos comerciais de TV, com loops, edição veloz, música intensa e táticas de manipulação.
Logo de início o espectador é jogado a toda dentro da brutalidade e hipocrisia que convivem com as sociedades capitalistas modernas; da necessidade em ser um "bom consumidor" de um lado, à demanda por ser um "bom produtor"do outro. De fato, se há algo nesta jornada de 50 minutos que merece atenção especial, é o foco desta relação.
Do socialismo Cubano de Fidel ao capitalismo americano, passando pela Índia, onde trabalhadores pobres chegam ao ponto de raspar cascos de navios enferrujados para reciclar metal, o filme denuncia que todos na sociedade moderna somos aterrorizados para nos tornarmos consumistas. O título é um trocadilho inteligente: "surplus" pode ser traduzido tanto como "superávit" como "excesso", delineando a relação promíscua entre os dois significados.
https://www.youtube.com/watch?v=prkcD-zrPw0#ws