A evolução da língua que preconizas é precisamente a mutilação de uma em detrimento de outra "para ficar mais parecida"?
todas a linguagens são continuamente mutiladas, tá ai o internetês (https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet%C3%AAs) que não me deixa mentir. em um mundo pós-moderno a semântica vem tornando-se cada vez mais importante que a sintaxe, não faz mais sentido perdermos tempo estudando regras de acentuação ou testando nossa capacidade de escrever redações manuscritas se o que mais utilizamos em nosso dia a dia são computadores como recurso de correção ortográfica, teclados e editores de texto com o recurso de autocompletar.
Será que o alemão quer aproximar a sua língua do inglês? Será que o chinês quer aproximar a sua língua do inglês? Será que o italiano ou espanhol querem aproximar a sua língua do inglês? Qual o problema dos diacríticos? Todas as línguas indo-europeias têm diacríticos, à excepção do inglês (apesar de haver palavras que os têm).
pela proximidade geográfica o inglês é mais parecido com o alemão do que como português (imagem abaixo). deve ter sido por isso que o inglês substituiu o alemão como língua dominante na pesquisa científica e o vizinho francês como língua diplomática.
(https://i.imgur.com/5CwDgPz.gif)
querer ou não querer é irrelevante nesse caso. não vejo nenhum referendo ou consulta popular nesse sentido, o que vejo é cada vez mais as pessoas utilizando o internetês e expressões inglês, seja na minha área que é programação ou qualquer outra área de conhecimento.
um dos problemas dos diacríticos, como já citei, são os TECLADOS FÍSICOS. para nós é fácil escrever em inglês usando um teclado ABNT, porém é um tanto complicado fazer o mesmo usando um teclado físico BS 4822 (https://en.wikipedia.org/wiki/British_and_American_keyboards) no padrão americano ou britânico.
O facto de uma língua não ter diacríticos não quer dizer que seja mais avançada ou melhor. Muito pelo contrário...
Mas não vou entrar em pormenores linguísticos e etimológicos. O latim também não tinha diacríticos, no entanto, "morreu" e deu origem a imensas linguagens que os usam.
nunca disse que uma língua sem diacríticos seria "mais avançada" ou "melhor", apenas que seria mais simples e mais próxima do inglês.
Confundes línguas com dialetos(que tendem a desaparecer com o encurtar das distâncias culturais) e com linguagens informáticas que servem apenas de ferramentas para comunicar instruções e metes tudo no mesmo saco.
não estamos discutindo sobre dialetos, estamos discutindo sobre a língua portuguesa em comparação com a língua inglesa. por favor, pare de dizer que estou confundindo as coisas quando obviamente não estou, está parecendo que você está tentando aplicar a falácia do espantalho (https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia_do_espantalho) ao distorcer aquilo que digo a cada nova resposta sua.
Uma linguagem só é uma linguagem se puder ser falada por todos dentro de um determinado grupo social. Uma linguagem fechada, conhecida apenas por "meia dúzia" de pessoas, não é uma linguagem como eu a entendo. É uma ferramenta que serve para atingir um determinado fim. Tem uma dinâmica totalmente diferente, embora com regras e estrutura, obviamente. O seu fim é totalmente diferente e existe apenas numa esfera restrita e tecnológica.
obviamente NÃO COMPARTILHO DA SUA VISÃO ESTRUTURALISTA DA LINGUAGEM, sou um PRAGMATISTA (https://pt.wikipedia.org/wiki/Pragmatismo) e como tal compartilho da visão de pessoas como Richard Rorty (https://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Rorty) que diz o seguinte:
Creio que as histórias tristes sobre PADECIMENTOS CONCRETOS muitas vezes são um melhor caminho para modificar o comportamento das pessoas que CITAR REGRAS UNIVERSAIS
Uma linguagem tem de ser vocalizada, sentida e democrática. Um ser vivo que se transmite de geração em geração, de cultura em cultura. Tudo o que tu falas em termos tecnológicos é semelhante à matemática. Aliás, é baseada na matemática, uma linguagem inventada para descrever e explicar o mundo. Quando digo que uma linguagem informática não recebe perguntas, apenas instruções, quer dizer que é unidirecional, só responde se já tiver a resposta, que lhe foi instruída antecipadamente.
será que o latim se enquadraria no seu conceito de uma linguagem? sim, pois apesar de já ter sido amplamente utilizada hoje em dia ela está caindo em desuso e perdendo espaço para o inglês, especialmente no meio acadêmico. seguindo o seu raciocínio poderíamos dizer que um chatbot (https://pt.wikipedia.org/wiki/Chatterbot) ou um assistente virtual inteligente (https://pt.wikipedia.org/wiki/Assistente_virtual_inteligente) conectado a uns sintetizador de voz já se enquadraria em todos os seus critérios de linguagem natural certo? meio irônico não acha?
sua opinião pessoal nesse sentido é irrelevante já que o que importa é a definição acadêmica comum das linguagens naturais, além do mais não é a definição ou as diferenças entre LÍNGUA NATURAL e LÍNGUA CONSTRUÍDA o assunto principal da nossa discussão e sim a possibilidade de um novo acordo ortográfico e tudo o que pode surgir a partir dele.
Numa linguagem humana, a linguagem não espera que lhe dês instruções, ela tem um motor por trás dela que pensa, que reage, que muda consoante a personalidade da pessoa, da sua cultura, da sua educação. Tem estruturas tão complexas que não há regras que as limitem.
já ouviu falar do conceito filosófico de RIZOMA (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rizoma_(filosofia))? e do TESTE DE TURING (https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_Turing)? ter ou não ter uma PESSOA REAL por trás de uma linguagem natural ou construída é cada vez mais IRRELEVANTE.
Permite erros espontâneos sem que o sistema fique à espera de nova instrução.
tolerância a erros faz parte de um princípio de programação chamado gracefull degradation (https://en.wikipedia.org/wiki/Fault_tolerance).
Um dia, a tecnologia terá atingido um nível tal, com base num poder de processamento maior que o nosso cérebro, que lhe permitirá cobrir todas as probabilidades linguísticas, tal como um computador sabe de antemão todas as jogadas num tabuleiro de xadrez. Mas, como quem viu Blade Runner saberá, continuará a ser uma linguagem com base em instruções, incapaz de criar calão, expressões idiomáticas, ditados populares ou criar um poema como os que saíram do cérebro de Fernando Pessoa.
sua visão de futuro é diferente da minha, na minha visão as pessoas do futuro serão silenciosas como os "aliens" que aparecem no final de AI - Inteligência Artificial (https://www.youtube.com/watch?v=ns3YRpeeGwI). mas isso é apenas a nossa opinião, nada mais.
Concordamos em discordar, então. Não quero fazer aqui nenhuma dissertação de mestrado e a disponibilidade para discutir assuntos estéreis também não é muita, mas fica um tópico lançado para muita discussão, que é o que mais falta aqui neste (e em todos?) fórum.
igualmente. tentei responder você quebrando toda a sua resposta em partes para responder adequadamente cada parte, porém em meio a tantos copiar e colar posso ter me esquecido de alguma parte, por isso desculpe-me se for o caso pois não foi essa a intenção.
da minha parte espero encerrar minha participação nessa discussão com uma frase da canção 1 Por Amor 2 Por Dinheiro (https://www.youtube.com/watch?v=cj811pq8cd8) do grupo Racionais Mc's:
E a frase do dia é (hei) AS PALAVRAS NUNCA VOLTAM VAZIAS