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Secção de Debate => Discussões => Discussão geral => Tópico iniciado por: Vasco_da_Gama em Domingo, 14 de Julho, 2019 - 21h59

Título: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: Vasco_da_Gama em Domingo, 14 de Julho, 2019 - 21h59
Vem aí um novo Acordo Ortográfico?

Relatório final do grupo de trabalho para avaliação do impacto da aplicação do Acordo Ortográfico será discutido e votado na próxima quarta-feira. Em cima da mesa pode estar a negociação de um novo Acordo.
Em 14 Julho, 2019

Dez anos depois de ter sido aprovado, o Acordo Ortográfico (AO) deverá agora ser alterado. A recomendação consta do relatório final do grupo de trabalho para avaliação do impacto da aplicação do AO de 1990, que vai ser discutido e votado esta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Cultura.

No documento, citado pelo Expresso, os deputados recomendam uma nova ronda de negociações entre os Estados-membros com assento na CPLP para discutir “a possibilidade e o interesse de se dar início a um processo de alteração ou aperfeiçoamento do atual AO ou à negociação de um novo Acordo”.

Os deputados consideram que a aplicação do AO está longe de ser uma realidade, sublinhando que, após décadas sobre a sua assinatura, continua a não existir um vocabulário comum na Língua Portuguesa. No mesmo documento, os parlamentares criticam o facto de apenas quatro países de entre os oito subscritores do AO terem procedido ao depósito dos respetivos instrumentos de ratificação.

Recorde-se que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratado internacional firmado em 1990 com o objetivo de criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa. Foi assinado por representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O teor substantivo e o valor jurídico do tratado não suscitaram consenso entre linguistas, filólogos, académicos, jornalistas, escritores, tradutores e personalidades dos setores artístico, universitário, político e empresarial das sociedades dos vários países de língua portuguesa. Na verdade, a sua aplicação tem motivado discordância por motivos técnicos, havendo quem aponte lacunas, erros e ambiguidades no texto do Acordo.

Também tem havido contestação ao Acordo com fundamentos políticos, económicos e jurídicos, havendo mesmo quem tenha afirmado, em Portugal, a inconstitucionalidade do tratado. Outros ainda afirmaram que o Acordo Ortográfico serve, acima de tudo, a interesses geopolíticos e económicos do Brasil.


In sapo.pt


Haverá sobre o Acordo Ortográfico uma clara posição parlamentar? Ou para lamentar?


Um acordo é um acordo: faz-se, se é útil; desfaz-se, se é inútil. O que sair sexta-feira do Parlamento deve, pois, ser claro. Só que isso implica coragem. Haverá?

No sábado, o Expresso noticiou, e outros jornais disso fizeram eco, que o relatório final do Grupo de Trabalho para a Avaliação do Impacto da Aplicação do Acordo Ortográfico (só o nome, pela sua extensão, espelha bem o pesadelo que rodeia a coisa) aponta para “novas negociações”. E alinhava, de forma sintética, o que estaria na base da tal recomendação. Ora a notícia baseou-se no documento que, elaborado (naturalmente) pelo coordenador e relator desse grupo, o deputado José Carlos Barros (PSD), circulava já pelos partidos e, portanto, começava a ser público. Problema? O do costume. Apesar de este grupo de trabalho já existir desde 20 de Janeiro de 2017, cessando funções nesta legislatura, parece muito difícil chegar a consenso sobre tão magno tema. O relatório, nas suas dezenas de páginas, enumera os muitos contactos e depoimentos prestados, a favor e contra o AO. Aí, mostra-se descritivo, como deveria ser. Porém, no final, ousa: tem conclusões e recomendações. E isso é sinal de que trabalhou bem; ouviu, analisou e sugeriu. Não é para isso que serve um grupo de trabalho?

Nem todos pensarão o mesmo. O PS, na reunião da Comissão de Cultura desta quarta-feira, exerceu o seu direito potestativo para adiar a discussão. Que vai realizar-se esta sexta-feira, de manhã cedo, talvez para que os deputados meditem bem durante o sono da véspera. Ao fim de quase dois anos de trabalhos e consultas, foi preciso ainda empurrar o assunto para um quase “abismo”. Porque dia 19 é o último dia de trabalho no Parlamento. Depois, férias e eleições.

O que concluía, então, o relatório, que tanta ponderação exige? Primeiro, que “a aplicação do Acordo Ortográfico, bem como a concretização dos objectivos que se propunha atingir, continuam longe de ser uma realidade do ponto de vista político e social.” Alguém duvida? Depois, que “o tom da discussão entre opositores e defensores do Acordo continua aceso, com posições, em regra, extremadas e argumentos, de um e outro lado, inconciliáveis.” Óbvio e incontestável. Depois, alinhando pacientemente os argumentos pró e contra o AO (retirados dos depoimentos, que cita), a vários níveis, jurídico e diplomático, educativo e, político, bem como “a comprovada existência de opções discutíveis, incongruências e ambiguidades do Acordo Ortográfico do ponto de vista técnico” (e isso até os defensores do AO admitem), recomenda, em traços gerais, o seguinte: 1) “Que o Governo dê início a uma negociação político-diplomática” na CPLP “com vista à discussão da situação actual ao nível da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 e a ponderação das decisões mais adequadas neste domínio, incluindo a possibilidade e o interesse de se dar início a um processo de alteração ou aperfeiçoamento do actual Acordo ou à negociação de um novo Acordo Ortográfico.” 2) “A constituição de uma Comissão Científica Independente para a Ortografia” que acompanhe tal processo; 3) “A realização de estudos, envolvendo os serviços do Estado e as comunidades académica, científica, literária e profissionais, com vista à avaliação das implicações da aplicação do Acordo Ortográfico no sistema educativo, no mercado editorial e na imprensa, bem como ao nível da estabilidade ortográfica nos serviços públicos e nas publicações oficiais.” Seria bonito, pelo que se conhece, ler o resultado de tal estudo…

Mas o que está aqui em causa é uma coisa bastante simples: ou o Grupo de Trabalho cumpre a sua missão, honrando o Parlamento (goste-se ou não das conclusões e recomendações – mas isso, com eleições à vista, há-de ficar para outro governo), ou arrumarão todo o trabalho que teve, e não foi pouco, na gaveta das decisões para lamentar. Deixemo-nos de rodeios: de todos os temas submetidos ao Parlamento, o único a que se pede “xiu”, o único tratado como tabu, é o deste Acordo Ortográfico. Tem-se discutido abertamente (e bem!), esgrimindo argumentos opostos, o aborto, a eutanásia, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a adopção, mas quando se chega ao Acordo Ortográfico, logo surge uma barreira, um temor, um incómodo. E, no entanto, a palavra escrita é algo diário, quotidiano, corrente, a que nunca deixamos de estar ligados, seja em que área for. E quem diz a escrita, diz a forma como ela se vai desfigurando, a ponto de doutos senhores afirmarem publicamente que já não sabem bem como se escreve.
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    Parlamento não se consegue entender sobre o que fazer ao acordo ortográfico

Foi para isto que um punhado de seres se bateu acerrimamente por um Acordo Ortográfico? Não, não foi. Mas é para isso que o temos. Para escrever a calar. Razões, que as leve o vento! O tema da Língua Portuguesa, da sua ortografia (e das necessárias variantes nos países onde ela é falada e escrita) e do seu futuro, apesar das declarações enfáticas de vários governantes, há-de ser tratado como um não-tema ou coisa não discutível, e seria até colocado a seguir à definição da composição da alpista para canários se tal tema fosse agendado no Parlamento.

Pois bem: contrariemos o tabu. É urgente discutir, questionar, pôr em causa o que alguns têm por intocável e imutável. Um acordo é um acordo: faz-se, se é útil; desfaz-se, se é inútil. O que sair sexta-feira do Parlamento deve, pois, ser claro. Só que isso implica coragem. Haverá?

in publico.pt
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: FragaCampos em Domingo, 14 de Julho, 2019 - 23h46
Não se pode dizer que tenha havido propriamente um acordo, dado que apenas Portugal aplicou as regras do Acordo de 90.
Passaram-se 20 anos e só Portugal, curiosamente o país que, teoricamente, tinha menos interesse em fazer as alterações propostas, leva avante este "acordo".
Veremos o que aí vem, mas há um ditado que diz "O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita"...
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: feliphex em Domingo, 14 de Julho, 2019 - 23h54
Apesar de tudo acho bonito isso tudo, uma língua que se aperfeiçoa, diante de outras, como a que visa dominar o mundo (inglês), e não reconhecem suas inúmeras limitações, sobre o acordo achei ruim para todos os lados, tem que revisar sim.  :conf:
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Segunda, 15 de Julho, 2019 - 13h49
deveriam aproveitar e remover os acentos diacríticos da língua para o português ficar mais parecido com o o inglês.

não acredito na evolução individual das linguagens, acredito sim na convergência entre elas, vide caso dos algarismos indo-arábicos que são bastante usados pelos chineses e as linguagens de programação de computadores que são escritas em inglês em sua maioria.

nesse processo de convergência a simplificação é geralmente muito mais vantajosa do que a agregação de características linguísticas mais específicas.

seria ótimo algum dia conversar com qualquer pessoa no mundo usando o mesmo tipo de teclado.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: FragaCampos em Segunda, 15 de Julho, 2019 - 14h02
Não confundamos uma linguagem de programação, que funciona como uma ferramenta, com um linguagem falada e escrita, que representa história e cultura e transmite emoções.
Da mesma forma, a matemática, enquanto ferramenta fixa e imutável, funciona bem como uma ferramenta utilizada na Europa ou na China.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: feliphex em Segunda, 15 de Julho, 2019 - 17h07
Então vamos todos escrever com ideogramas asiáticos, pois é legal/fixe ...

(http://3.bp.blogspot.com/-cmNgQZpiFTQ/TiZHYbxx1CI/AAAAAAAACNk/TXnkPSytm_Q/s1600/chines.gif)

Uma coisa que percebo com os brasileiros (conheço tipos do norte ao sul) é que eles não dão valor a comunicação, esse tesouro que temos nas mãos ou nas gargantas que é a língua portuguesa, como só se dá valor quando perde, talvez se acontecer o que aconteceu na Grécia ou Egito com a influência árabe e etc, a mudança aconteça.

(p.s: quero ver digitar rápido com o dedinho no celular em chinês ... "mande áudio que não sei português quanto mais chinês").
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Quarta, 17 de Julho, 2019 - 12h49
Não confundamos uma linguagem de programação, que funciona como uma ferramenta, com um linguagem falada e escrita, que representa história e cultura e transmite emoções.
Da mesma forma, a matemática, enquanto ferramenta fixa e imutável, funciona bem como uma ferramenta utilizada na Europa ou na China.
as linguagens de programação são a linguagem do século 21, inclusive já podemos chamar de ANALFABETOS DIGITAIS (https://super.abril.com.br/tecnologia/voce-e-um-analfabeto-digital/) as pessoas que não sabem programar e usar computadores.

nem é preciso dizer que existem VÁRIAS DIFERENÇAS entre uma LINGUAGEM NATURAL (https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_natural) e uma LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO, porém as linguagens de programação geralmente SÃO BASEADAS NA LINGUAGEM NATURAIS, especialmente o inglês e por isso compartilham várias palavras com elas.

o inglês tem a vantagem de usar apenas ASCII (https://pt.wikipedia.org/wiki/ASCII), isso ajuda a promover a linguagem entre programadores que usem teclados diferentes como o ABNT2 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Teclado_(inform%C3%A1tica)#/media/Ficheiro:Qwerty_pt_BR-ABNT2.svg) que basicamente contém um ASCII com diacríticos que NÃO ESTÃO PRESENTES na língua inglesa, ou seja, A RECÍPROCA NÃO É VERDADEIRA.

ignorar a importância das linguagens de programação para a nossa época é BURRICE, uma burrice quase tão grande quanto tentar ressuscitar LÍNGUAS MORTAS como no caso do HEBRAICO MODERNO (https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_hebraica#Ressurrei%C3%A7%C3%A3o).

devemos apenas contribuir cada vez mais para a EXTINÇÃO e para a CONVERGÊNCIA das linguagens naturais, coisa que já vem acontecendo a séculos em todo o mundo e DEVE CONTINUAR ACONTECENDO no futuro. quem deseja preservar ou estudar DIACRÍTICOS (https://pt.wikipedia.org/wiki/Diacr%C3%ADtico) encontrados em línguas naturais que vá a um MUSEU ou a um BIBLIOTECA que é onde elas devem estar junto outras coisas antiquadas como as LIGADURAS TIPOGRÁFICAS (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ligadura_tipogr%C3%A1fica).
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: FragaCampos em Quinta, 18 de Julho, 2019 - 02h22
A única burrice é confundir uma linguagem informática com uma linguagem humana.
Ninguém nega a sua importância (de outra forma, nem sequer poderíamos estar aqui a comunicar), mas é uma linguagem lógica, estática e não evolutiva, que só pode operar instruções.
Os seres humanos comunicam a vários níveis, e uma linguagem informática não serve para comunicarmos no mundo real, entre nós.
A evolução das linguagens depende de muitos fatores, entre eles a distância entre interlocutores ou grupos de interlocutores.
Se a Internet desaparecesse por algum motivo, as linguagens humanas voltariam a divergir, em vez de convergir. É um processo natural, inevitável e necessário. Motivo pelo qual se distinguem entre "linguagem morta" e "linguagem viva".
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: Zé Henrique em Quinta, 18 de Julho, 2019 - 02h38
Acho que Sierra está certo mas o Fraga também. As duas linguagens poderiam convergir como disse o Sierra, pois adequar as duas linguagens facilitaria muito,
mas sem perder a identidade cultural como quer o Fraga. Mas sem encher de acentos e tal. Achando-se um meio termo, todos só tem a ganhar. Ninguém pode negar que num futuro próximo,
todos vão ter que saber programar, inclusive eu.  :tth:
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Quinta, 18 de Julho, 2019 - 15h03
A única burrice é confundir uma linguagem informática com uma linguagem humana.
Ninguém nega a sua importância (de outra forma, nem sequer poderíamos estar aqui a comunicar), mas é uma linguagem lógica, estática e não evolutiva, que só pode operar instruções.
Os seres humanos comunicam a vários níveis, e uma linguagem informática não serve para comunicarmos no mundo real, entre nós.
A evolução das linguagens depende de muitos fatores, entre eles a distância entre interlocutores ou grupos de interlocutores.
Se a Internet desaparecesse por algum motivo, as linguagens humanas voltariam a divergir, em vez de convergir. É um processo natural, inevitável e necessário. Motivo pelo qual se distinguem entre "linguagem morta" e "linguagem viva".
quando escrevi "nem é preciso dizer que existem VÁRIAS DIFERENÇAS entre uma LINGUAGEM NATURAL e uma LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO" significava que SEI MUITO BEM QUAIS SÃO ESSAS DIFERENÇAS, quem não sabe quais são essas diferenças aparentemente é VOCÊ ao dizer que a linguagens de programação é "estática e não evolutiva" sendo que ela é DINÂMICA e EVOLUI a cada nova versão ou até mesmo a cada utilização.

não leve para o lado pessoal, SOU PROGRAMADOR e até entendo a sua ignorância já que aparentemente VOCÊ NÃO É PROGRAMADOR ou pelo menos não está muito familiarizado com o FUNCIONAMENTO e a EVOLUÇÃO das linguagens de programação.

nas linguagens de programação cada usuário é LIVRE para adicionar novas FUNÇÕES a elas e escolher PRINCÍPIOS DE PROGRAMAÇÃO (https://en.wikipedia.org/wiki/Category:Programming_principles) específicos dentro de um PARADIGMA DE PROGRAMAÇÃO (https://pt.wikipedia.org/wiki/Paradigma_de_programa%C3%A7%C3%A3o), ou seja, o usuário escolhe respeitar regras comuns estabelecidas pela comunidade ou escolhe criar suas próprias regras e sugerir que as sua comunidades as respeite. essas regras são chamadas de BOAS PRÁTICAS ou RECOMENDAÇÕES.

como pode perceber, mesmo dentro das linguagens de programação existe GRAMÁTICAS (https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_Chomsky) e REGRAS (https://en.wikipedia.org/wiki/Category:Programming_languages_by_peer_review) específicas a serem seguidas. além do mais, as linguagens naturais JÁ FORAM EQUIPARADAS as linguagens de programação através da GRAMÁTICA UNIVERSAL (https://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica_universal) que surgiu a partir do trabalhos dos linguistas Noam Chomsky (https://pt.wikipedia.org/wiki/Noam_Chomsky) e Richard Montague (https://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Montague), ou seja, NÃO HÁ BURRICE ALGUMA em comparar as linguagens naturais com as linguagens de programação.

cada linguagem EVOLUI, conforme o tempo vai passando ela ganha novas funções nativas, recursos, palavras e funções que antes não existiam. NÃO CREIO que a internet vá desaparecer a algum dia, mas já não tenho tanta certeza sobre as linguagens naturais. também NÃO CREIO que a TORRE DE BABEL seja algo plausível, NEM PASSADO e NEM NO FUTURO.

por coincidência acabou de sair ESSE VÍDEO (https://www.youtube.com/watch?v=HldCDkqILp0) do Normose (https://www.youtube.com/channel/UCqBY-VQ2BxHOWnVpuC7swrw) que achei relevante para a nossa discussão. ele diz que o que constitui a língua é a COMUNIDADE de falantes, que "a língua não é uma construção que os gramáticos fizeram e, que é FECHADA E HERMÉTICA, ela é UMA COISA VIVA, ela SE TRANSFORMA".

não me leve a mal, RESPEITO os portugueses e a língua portuguesa em si, apenas acho que a LÍNGUA NÃO DEVE PARAR NO TEMPO, ela PRECISA EVOLUIR SEMPRE, mesmo quando isso significa TORNAR-SE MAIS SIMPLES E INTERNACIONALIZADA. espero que goste DO VÍDEO (https://www.youtube.com/watch?v=HldCDkqILp0).
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: FragaCampos em Quinta, 18 de Julho, 2019 - 18h28
Quando eu digo que é uma linguagem morta, não quer dizer que ela não evolua. É óbvio que evolui. E tem regras, muitas regras. Aprendi cinco linguagens de programação e sei como funciona o sistema.
Ela não evolui é sozinha. E só evolui por quem se interessa por informática, porque quem a programa. Ela não é dinâmica, no sentido de fazer perguntas, por exemplo, só reage a instruções.
Ao contrário de uma linguagem humana, que evolui todos os dias, com contributos de toda a gente, mesmo dos "analfabetos".

Pensar que 6 mil milhões de pessoas irão um dia falar a mesma linguagem, segundo as mesmas regras, é de alguém que não percebe a dinâmica e a complexidade de uma linguagem, influenciada por geografia, clima, política grupal, idade, economia, etc.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Quinta, 18 de Julho, 2019 - 19h48
Quando eu digo que é uma linguagem morta, não quer dizer que ela não evolua. É óbvio que evolui. E tem regras, muitas regras. Aprendi cinco linguagens de programação e sei como funciona o sistema.
Ela não evolui é sozinha. E só evolui por quem se interessa por informática, porque quem a programa. Ela não é dinâmica, no sentido de fazer perguntas, por exemplo, só reage a instruções.
Ao contrário de uma linguagem humana, que evolui todos os dias, com contributos de toda a gente, mesmo dos "analfabetos".

Pensar que 6 mil milhões de pessoas irão um dia falar a mesma linguagem, segundo as mesmas regras, é de alguém que não percebe a dinâmica e a complexidade de uma linguagem, influenciada por geografia, clima, política grupal, idade, economia, etc.
já ouviu falar de algoritmo evolutivo (https://pt.wikipedia.org/wiki/Algoritmo_gen%C3%A9tico)? algoritmos genéticos (https://pt.wikipedia.org/wiki/Algoritmo_gen%C3%A9tico)? redes neurais (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_neural_artificial)? processamento de linguagem natural (NLP) (https://pt.wikipedia.org/wiki/Processamento_de_linguagem_natural)? acho que você não anda programando muito ultimamente. já existem até sistemas que usam NLP para transformar voz em códigos de computador e vice e versa.

como assim NO SENTIDO DE FAZER PERGUNTAS? se você PERGUNTAR ALGO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA será que ela vai responder? e se você PERGUNTAR EM PORTUGUÊS para uma pessoa que SÓ FALA INGLÊS essa pessoa vai entender? claro que não pois se não existir um ENTENDIMENTO PRÉVIO DA LINGUAGEM UTILIZADA é impossível haver comunicação, pois como foi dito no vídeo "comunicação não é O QUE VOCÊ FALA, é O QUE O OUTRO ENTENDE".

não sei que linguagens você usa (seria COBOL ou FORTRAN?) mas as linguagens de programação modernas possuem gerenciadores de pacotes, repositórios públicos de código aberto, dialetos, atualizações diárias e versionamento semântico que fazem com que a linguagem EVOLUA ao ponto em que a linguagem que utilizamos hoje já não seja a mesma utilizada no dia seguinte.

linguagens de programação contribuem também para quem não sabe programar, basta pensar sobre a presença de linguagens de programação em TODOS DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS QUE NOS CERCAM, desde equipamentos agrícolas, equipamentos médicos até satélites meteorológicos.

nunca disse que 6 ou 7 bilhões de pessoas vão falar a mesma linguagem, apenas disse que a tendência é as linguagens naturais se APROXIMAREM cada vez mais ao invés de se ISOLAREM e caírem em desuso diante de novas linguagens mais populares e simples. não estou apenas PENSANDO sobre isso, estou AFIRMANDO que isso é uma TENDÊNCIA QUE JÁ EXISTE A MUITO TEMPO e que vem se intensificando desde o surgimento dos primeiros caminhos da ROTA DA SEDA a uns 10 mil anos atrás, talvez até bem antes disso.

na minha opinião a linguagem natural vai cair em desuso após a popularização da INTERFACE CÉREBRO-COMPUTADOR (BCI) (https://canaltech.com.br/saude/elon-musk-apresenta-neuralink-seu-sistema-que-conecta-mente-e-maquina-144239/), mas isso ainda deve demorar alguns anos até começar a acontecer de fato.

até que a BCI se popularize o que continuaremos a ver é um aumento da comunicação através de imagens (especialmente GIFs e vídeos) e da aproximação de linguagens através de sistemas de tradução associados a realidade aumentada, como é o caso da última versão do Google Translator que  já traduz imagens para texto em tempo real através da câmera (https://tecnoblog.net/298232/google-tradutor-tempo-real-camera-100-idiomas/) ou o Google Translatotron que já traduz de voz para voz imitando a voz original (https://tecnoblog.net/290424/google-translatotron-traduz-e-imita-sua-voz/).
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: feliphex em Quinta, 18 de Julho, 2019 - 22h09
Lendo tudo, depois comento!  :pop:  :pop:  :pop:



Tirar meu dia para ler que computadores tem uma "linguagem complexa e evolutiva" e não só códigos que determinam algo é de dar uma dor no pâncreas ... lembro da minha Universidade (e a que o Zé Henrique pretende estudar) onde o curso de Computação era o pior de todos, as pessoas não eram capazes de manter uma conversa de alto nível por 15 segundos, humanamente desprogramados, literalmente.

Se chegassem aqui e dissessem "vou ajudar vocês com isso, isso, isso ... não sei fazer legenda mas sou bom nisso e aquilo ..." pelo contrário como no punk rock "faça você mesmo".

E a cultura como fica? Agora o pior é pedir a morte do Português justamente aqui ... ai meu pâncreas!  :conf:
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: Vasco_da_Gama em Quinta, 18 de Julho, 2019 - 22h47
Ainda a procissão vai no adro!

Editei o 1º post,adicionei um artigo do publico (https://www.publico.pt/2019/07/18/culturaipsilon/opiniao/havera-posicao-parlamentar-clara-acordo-ortografico-sera-lamentar-1880315) que saiu hoje.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: feliphex em Quinta, 18 de Julho, 2019 - 23h05
Para levantar o nível do tópico e em defesa da nossa língua coloco e analiso no final essa letra (CPM 22 - Sofridos e Excluídos).


Nosso sistema funciona de um jeito que ...
Os mais sofridos são sempre excluídos no poder
Abandonados, passou no jornal eu vi
Esgoto aberto ar contaminado
Cheiro de matar soldado
Buscando sobrevivência
Morando ao lado no bairro da penitencia
Foi condenado viver é sua sentença


Amargurado, cansado de só ouvir
Está revoltado, se sente humilhado
Não quer ir para o trabalho, não quer mais se divertir
O seu legado ser sempre um soldado
Um homem que não se acomoda
Buscando sobrevivência
Morando ao lado no bairro da penitencia
Foi condenado viver é sua sentença


Acostumado a ser mal tratado
Agora é sua vez ...
Resolveu não ser um coitado
Não quer mais, não vai se omitir
Em busca de uma vale encantado
Motivos pra sorrir
Não vai mais se esconder no fato
De ter nascido sem sorte.


Percebam que destacado em azul está o suposto "refrão", em uma estrutura totalmente inovadora
e sem ser engessado como algo que teria entrada e saída, repete 2 vezes e um abraço, está como algo fluído entrando (e "subindo" a música) na hora certa e ajudando a complementar a história, essa que imediatamente é alusiva a nossa realidade e nos prende em um trilho condutor. Sobre as rimas, também não seguem um padrão clássico e também se localizam de tal forma para temperar a história contada, tudo "desprogramado".
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Sexta, 19 de Julho, 2019 - 00h21
Tirar meu dia para ler que computadores tem uma "linguagem complexa e evolutiva" e não só códigos que determinam algo é de dar uma dor no pâncreas ... lembro da minha Universidade (e a que o Zé Henrique pretende estudar) onde o curso de Computação era o pior de todos, as pessoas não eram capazes de manter uma conversa de alto nível por 15 segundos, humanamente desprogramados, literalmente.
(...)
E a cultura como fica? Agora o pior é pedir a morte do Português justamente aqui ... ai meu pâncreas!  :conf:
existem linguagens programação de ALTO NÍVEL e de baixo nível, programas estocásticos de inteligência artificial que rodam ALGORITMOS NÃO DETERMINÍSTICOS e programas clássicos que rodam algoritmos determinísticos. se você não percebe a diferença entre essas coisas DIFICILMENTE entenderá o tipo de evolução e complexidade a que estou me referindo.

não estou pedindo a "morte do Português", apenas a evolução da língua, mais especificamente o ABANDONO COMPLETO DOS ACENTOS DIACRÍTICOS como forma de aproximar a língua portuguesa da língua inglesa. não acho que esteja pedindo demais já que houve um abandono parcial já no Acordo Ortográfico de 1990 com a supressão dos acentos gráficos (https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990#Antecedentes) que já ajudou a aproximar a escrita do Brasil e de Portugal.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Sexta, 19 de Julho, 2019 - 00h31
Se chegassem aqui e dissessem "vou ajudar vocês com isso, isso, isso ... não sei fazer legenda mas sou bom nisso e aquilo ..." pelo contrário como no punk rock "faça você mesmo".
não tenho muito tempo para ajudar com as traduções, porém tenho ajudado sincronizando as legendas, atualizando os magnets e alertando sobre links quebrados ou informações incompletas, tá bom assim?  :lol:

tenho esperanças de que um dia será possível traduzir as legendas de forma simples e rápida usando o Google Translator ou convertendo diretamente a voz dos vídeos para legendas. se você conhece algum site que faz isso por favor me diga pois os que conheço geralmente traduzem apenas de maneira parcial e lenta.

respeito e admiro o trabalho do pessoal que faz legendas e traduções, porém prefiro gastar meu tempo construindo ou utilizando uma ferramenta que faça isso automaticamente ao invés de fazer isso apenas manualmente.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: FragaCampos em Sexta, 19 de Julho, 2019 - 19h17
A evolução da língua que preconizas é precisamente a mutilação de uma em detrimento de outra "para ficar mais parecida"?
Que argumento é esse?
Será que o alemão quer aproximar a sua língua do inglês? Será que o chinês quer aproximar a sua língua do inglês? Será que o italiano ou espanhol querem aproximar a sua língua do inglês? Qual o problema dos diacríticos? Todas as línguas indo-europeias têm diacríticos, à excepção do inglês (apesar de haver palavras que os têm).
O facto de uma língua não ter diacríticos não quer dizer que seja mais avançada ou melhor. Muito pelo contrário...
Mas não vou entrar em pormenores linguísticos e etimológicos. O latim também não tinha diacríticos, no entanto, "morreu" e deu origem a imensas linguagens que os usam.

Confundes línguas com dialetos(que tendem a desaparecer com o encurtar das distâncias culturais) e com linguagens informáticas que servem apenas de ferramentas para comunicar instruções e metes tudo no mesmo saco. Uma linguagem só é uma linguagem se puder ser falada por todos dentro de um determinado grupo social. Uma linguagem fechada, conhecida apenas por "meia dúzia" de pessoas, não é uma linguagem como eu a entendo. É uma ferramenta que serve para atingir um determinado fim. Tem uma dinâmica totalmente diferente, embora com regras e estrutura, obviamente. O seu fim é totalmente diferente e existe apenas numa esfera restrita e tecnológica.
Uma linguagem tem de ser vocalizada, sentida e democrática. Um ser vivo que se transmite de geração em geração, de cultura em cultura. Tudo o que tu falas em termos tecnológicos é semelhante à matemática. Aliás, é baseada na matemática, uma linguagem inventada para descrever e explicar o mundo. Quando digo que uma linguagem informática não recebe perguntas, apenas instruções, quer dizer que é unidirecional, só responde se já tiver a resposta, que lhe foi instruída antecipadamente.
Numa linguagem humana, a linguagem não espera que lhe dês instruções, ela tem um motor por trás dela que pensa, que reage, que muda consoante a personalidade da pessoa, da sua cultura, da sua educação. Tem estruturas tão complexas que não há regras que as limitem. Permite erros espontâneos sem que o sistema fique à espera de nova instrução.
Um dia, a tecnologia terá atingido um nível tal, com base num poder de processamento maior que o nosso cérebro, que lhe permitirá cobrir todas as probabilidades linguísticas, tal como um computador sabe de antemão todas as jogadas num tabuleiro de xadrez. Mas, como quem viu Blade Runner saberá, continuará a ser uma linguagem com base em instruções, incapaz de criar calão, expressões idiomáticas, ditados populares ou criar um poema como os que saíram do cérebro de Fernando Pessoa.


Concordamos em discordar, então. Não quero fazer aqui nenhuma dissertação de mestrado e a disponibilidade para discutir assuntos estéreis também não é muita, mas fica um tópico lançado para muita discussão, que é o que mais falta aqui neste (e em todos?) fórum.



não estou pedindo a "morte do Português", apenas a evolução da língua, mais especificamente o ABANDONO COMPLETO DOS ACENTOS DIACRÍTICOS como forma de aproximar a língua portuguesa da língua inglesa. não acho que esteja pedindo demais já que houve um abandono parcial já no Acordo Ortográfico de 1990 com a supressão dos acentos gráficos (https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990#Antecedentes) que já ajudou a aproximar a escrita do Brasil e de Portugal.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: Zé Henrique em Sexta, 19 de Julho, 2019 - 20h15
tenho esperanças de que um dia será possível traduzir as legendas de forma simples e rápida usando o Google Translator ou convertendo diretamente a voz dos vídeos para legendas. se você conhece algum site que faz isso por favor me diga pois os que conheço geralmente traduzem apenas de maneira parcial e lenta.

Sierra Springs, meu caro, esse é meu sonho de consumo. Um tradutor que transmite direto a voz dos videos para legendas. Acredito que devem estar bem perto de conseguir.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: feliphex em Sábado, 20 de Julho, 2019 - 01h20
Quando digo que uma linguagem informática não recebe perguntas, apenas instruções, quer dizer que é unidirecional, só responde se já tiver a resposta, que lhe foi instruída antecipadamente.

Isso é que é alto nível amigos, digno de trabalho universitário ...  :clap:

Já que estamos falando de línguas mortas, nunca achei o latim pai e mãe do italiano e outras, sempre achei uma língua "angelical" das igrejas e o italiano correndo por fora nas ruas, nas óperas, algo popular, então isso quebraria tudo e a origem das línguas "latinas" estaria em outro lugar que a História ainda não cogitou.  :conf:
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Sábado, 20 de Julho, 2019 - 21h24
A evolução da língua que preconizas é precisamente a mutilação de uma em detrimento de outra "para ficar mais parecida"?
todas a linguagens são continuamente mutiladas, tá ai o internetês (https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet%C3%AAs) que não me deixa mentir. em um mundo pós-moderno a semântica vem tornando-se cada vez mais importante que a sintaxe, não faz mais sentido perdermos tempo estudando regras de acentuação ou testando nossa capacidade de escrever redações manuscritas se o que mais utilizamos em nosso dia a dia são computadores como recurso de correção ortográfica, teclados e editores de texto com o recurso de autocompletar.

Será que o alemão quer aproximar a sua língua do inglês? Será que o chinês quer aproximar a sua língua do inglês? Será que o italiano ou espanhol querem aproximar a sua língua do inglês? Qual o problema dos diacríticos? Todas as línguas indo-europeias têm diacríticos, à excepção do inglês (apesar de haver palavras que os têm).
pela proximidade geográfica o inglês é mais parecido com o alemão do que como português (imagem abaixo). deve ter sido por isso que o inglês substituiu o alemão como língua dominante na pesquisa científica e o vizinho francês como língua diplomática.

(https://i.imgur.com/5CwDgPz.gif)

querer ou não querer é irrelevante nesse caso. não vejo nenhum referendo ou consulta popular nesse sentido, o que vejo é cada vez mais as pessoas utilizando o internetês e expressões inglês, seja na minha área que é programação ou qualquer outra área de conhecimento.

um dos problemas dos diacríticos, como já citei, são os TECLADOS FÍSICOS. para nós é fácil escrever em inglês usando um teclado ABNT, porém é um tanto complicado fazer o mesmo usando um teclado físico BS 4822 (https://en.wikipedia.org/wiki/British_and_American_keyboards) no padrão americano ou britânico.
O facto de uma língua não ter diacríticos não quer dizer que seja mais avançada ou melhor. Muito pelo contrário...
Mas não vou entrar em pormenores linguísticos e etimológicos. O latim também não tinha diacríticos, no entanto, "morreu" e deu origem a imensas linguagens que os usam.
nunca disse que uma língua sem diacríticos seria "mais avançada" ou "melhor", apenas que seria mais simples e mais próxima do inglês.

Confundes línguas com dialetos(que tendem a desaparecer com o encurtar das distâncias culturais) e com linguagens informáticas que servem apenas de ferramentas para comunicar instruções e metes tudo no mesmo saco.
não estamos discutindo sobre dialetos, estamos discutindo sobre a língua portuguesa em comparação com a língua inglesa. por favor, pare de dizer que estou confundindo as coisas quando obviamente não estou, está parecendo que você está tentando aplicar a falácia do espantalho (https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia_do_espantalho) ao distorcer aquilo que digo a cada nova resposta sua.

Uma linguagem só é uma linguagem se puder ser falada por todos dentro de um determinado grupo social. Uma linguagem fechada, conhecida apenas por "meia dúzia" de pessoas, não é uma linguagem como eu a entendo. É uma ferramenta que serve para atingir um determinado fim. Tem uma dinâmica totalmente diferente, embora com regras e estrutura, obviamente. O seu fim é totalmente diferente e existe apenas numa esfera restrita e tecnológica.
obviamente NÃO COMPARTILHO DA SUA VISÃO ESTRUTURALISTA DA LINGUAGEM, sou um PRAGMATISTA (https://pt.wikipedia.org/wiki/Pragmatismo) e como tal compartilho da visão de pessoas como Richard Rorty (https://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Rorty) que diz o seguinte:
Citar
Creio que as histórias tristes sobre PADECIMENTOS CONCRETOS muitas vezes são um melhor caminho para modificar o comportamento das pessoas que CITAR REGRAS UNIVERSAIS

Uma linguagem tem de ser vocalizada, sentida e democrática. Um ser vivo que se transmite de geração em geração, de cultura em cultura. Tudo o que tu falas em termos tecnológicos é semelhante à matemática. Aliás, é baseada na matemática, uma linguagem inventada para descrever e explicar o mundo. Quando digo que uma linguagem informática não recebe perguntas, apenas instruções, quer dizer que é unidirecional, só responde se já tiver a resposta, que lhe foi instruída antecipadamente.
será que o latim se enquadraria no seu conceito de uma linguagem? sim, pois apesar de já ter sido amplamente utilizada hoje em dia ela está caindo em desuso e perdendo espaço para o inglês, especialmente no meio acadêmico. seguindo o seu raciocínio poderíamos dizer que um chatbot (https://pt.wikipedia.org/wiki/Chatterbot) ou um assistente virtual inteligente (https://pt.wikipedia.org/wiki/Assistente_virtual_inteligente) conectado a uns sintetizador de voz já se enquadraria em todos os seus critérios de linguagem natural certo? meio irônico não acha?

sua opinião pessoal nesse sentido é irrelevante já que o que importa é a definição acadêmica comum das linguagens naturais, além do mais não é a definição ou as diferenças entre LÍNGUA NATURAL e LÍNGUA  CONSTRUÍDA o assunto principal da nossa discussão e sim a possibilidade de um novo acordo ortográfico e tudo o que pode surgir a partir dele.

Numa linguagem humana, a linguagem não espera que lhe dês instruções, ela tem um motor por trás dela que pensa, que reage, que muda consoante a personalidade da pessoa, da sua cultura, da sua educação. Tem estruturas tão complexas que não há regras que as limitem.
já ouviu falar do conceito filosófico de RIZOMA (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rizoma_(filosofia))? e do TESTE DE TURING (https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_Turing)? ter ou não ter uma PESSOA REAL por trás de uma linguagem natural ou construída é cada vez mais IRRELEVANTE.
Permite erros espontâneos sem que o sistema fique à espera de nova instrução.
tolerância a erros faz parte de  um princípio de programação chamado gracefull degradation (https://en.wikipedia.org/wiki/Fault_tolerance).

Um dia, a tecnologia terá atingido um nível tal, com base num poder de processamento maior que o nosso cérebro, que lhe permitirá cobrir todas as probabilidades linguísticas, tal como um computador sabe de antemão todas as jogadas num tabuleiro de xadrez. Mas, como quem viu Blade Runner saberá, continuará a ser uma linguagem com base em instruções, incapaz de criar calão, expressões idiomáticas, ditados populares ou criar um poema como os que saíram do cérebro de Fernando Pessoa.
sua visão de futuro é diferente da minha, na minha visão as pessoas do futuro serão silenciosas como os "aliens" que aparecem no final de AI - Inteligência Artificial (https://www.youtube.com/watch?v=ns3YRpeeGwI). mas isso é apenas a nossa opinião, nada mais.

Concordamos em discordar, então. Não quero fazer aqui nenhuma dissertação de mestrado e a disponibilidade para discutir assuntos estéreis também não é muita, mas fica um tópico lançado para muita discussão, que é o que mais falta aqui neste (e em todos?) fórum.
igualmente. tentei responder você quebrando toda a sua resposta em partes para responder adequadamente cada parte, porém em meio a tantos copiar e colar posso ter me esquecido de alguma parte, por isso desculpe-me se for o caso pois não foi essa a intenção.

da minha parte espero encerrar minha participação nessa discussão com uma frase da canção 1 Por Amor 2 Por Dinheiro (https://www.youtube.com/watch?v=cj811pq8cd8) do grupo Racionais Mc's:
Citar
E a frase do dia é (hei) AS PALAVRAS NUNCA VOLTAM VAZIAS
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Sábado, 20 de Julho, 2019 - 21h50
Sierra Springs, meu caro, esse é meu sonho de consumo. Um tradutor que transmite direto a voz dos videos para legendas. Acredito que devem estar bem perto de conseguir.
o Google não está medindo esforços nesse sentido (https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/07/12/google-admite-que-humanos-escutam-gravacoes-do-assistente-de-voz-e-defende-pratica.ghtml), porém a tecnologia precisa evoluir um pouco mais para ir além dos "closed captions" traduzidos do Youtube.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Sábado, 20 de Julho, 2019 - 21h56
Já que estamos falando de línguas mortas, nunca achei o latim pai e mãe do italiano e outras, sempre achei uma língua "angelical" das igrejas e o italiano correndo por fora nas ruas, nas óperas, algo popular, então isso quebraria tudo e a origem das línguas "latinas" estaria em outro lugar que a História ainda não cogitou.  :conf:
a maioria das línguas partilha da origem indo-européia, o latim não é uma exceção (vide imagem da minha resposta anterior). gosto de estudar a etimologia das palavras em latim e suas raízes, elas são bastante esclarecedoras.  :)
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: FragaCampos em Domingo, 21 de Julho, 2019 - 01h54
Apenas para esclarecer dois pontos:

Confundes línguas com dialetos(que tendem a desaparecer com o encurtar das distâncias culturais) e com linguagens informáticas que servem apenas de ferramentas para comunicar instruções e metes tudo no mesmo saco.
não estamos discutindo sobre dialetos, estamos discutindo sobre a língua portuguesa em comparação com a língua inglesa. por favor, pare de dizer que estou confundindo as coisas quando obviamente não estou, está parecendo que você está tentando aplicar a falácia do espantalho (https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia_do_espantalho) ao distorcer aquilo que digo a cada nova resposta sua.

Não há falácia nenhuma. Escrevi isso em resposta à tua tentativa de comparar duas coisas incomparáveis, daí eu dizer que tentas meter dois gatos no mesmo saco. Daqui a 100 anos, não sei se continuarão a ser incomparáveis, mas não estarei cá para ver.


Numa linguagem humana, a linguagem não espera que lhe dês instruções, ela tem um motor por trás dela que pensa, que reage, que muda consoante a personalidade da pessoa, da sua cultura, da sua educação. Tem estruturas tão complexas que não há regras que as limitem.
já ouviu falar do conceito filosófico de RIZOMA (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rizoma_(filosofia))? e do TESTE DE TURING (https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_Turing)? ter ou não ter uma PESSOA REAL por trás de uma linguagem natural ou construída é cada vez mais IRRELEVANTE.

Claramente, não é um bom exemplo o Teste de Turing para o teu argumento. O Teste de Turing baseia-se na capacidade de uma máquina formular uma linguagem que permita um diálogo indistinguível do humano. O problema é que esse diálogo se baseia, uma vez mais, em instruções. É como pescar num lago. O lago tem X peixes e tu sabes que só conseguirás tirar de lá X peixes. A máquina não consegue criar novas palavras para dialogar com um humano, apenas construir diálogos com as instruções que lhe foram dadas. Além disso, trata-se de um teste que aborda o tema da inteligência e do comportamento humano, que é um tema bem mais complexo e profundo do que este que estamos a discutir.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: SierraSprings em Domingo, 21 de Julho, 2019 - 12h22
Não há falácia nenhuma. Escrevi isso em resposta à tua tentativa de comparar duas coisas incomparáveis, daí eu dizer que tentas meter dois gatos no mesmo saco. Daqui a 100 anos, não sei se continuarão a ser incomparáveis, mas não estarei cá para ver.
existiu uma falácia do espantalho sim pois:

Claramente, não é um bom exemplo o Teste de Turing para o teu argumento. O Teste de Turing baseia-se na capacidade de uma máquina formular uma linguagem que permita um diálogo indistinguível do humano.

o teste de turing serve justamente para provar que NÃO EXISTE DIFERENÇA PERCEPTÍVEL (https://tecnoblog.net/157935/computador-passou-primeira-vez-teste-de-turing/) em um diálogo gerado por máquina de um diálogo gerado por um humano.

O problema é que esse diálogo se baseia, uma vez mais, em instruções. É como pescar num lago. O lago tem X peixes e tu sabes que só conseguirás tirar de lá X peixes. A máquina não consegue criar novas palavras para dialogar com um humano, apenas construir diálogos com as instruções que lhe foram dadas.

poderia dizer o mesmo dos humanos pois o vocabulário de qualquer ser humano individual NÃO É INFINITO. além do mais, as máquinas ATUAIS já conseguem ter um vocabulário MILHÕES DE VEZES MAIS RICO do que o de qualquer ser humano individual, vide o exemplo do Watson da IBM (https://en.wikipedia.org/wiki/Watson_(computer)) que venceu humanos respondendo questões em linguagem natural no Jeopardy! em 2011 recebendo um prêmio de 1 milhão de dólares.

Além disso, trata-se de um teste que aborda o tema da inteligência e do comportamento humano, que é um tema bem mais complexo e profundo do que este que estamos a discutir.

novamente quero lembrar que SOU PRAGMATISTA, o que importa para mim é o SENTIDO PRÁTICO das coisas e não o sentido metafísico ou filosófico.

para mim as discussões sobre filosofia e metafísica já foram encerradas com o advento do pragmatismo, em suma: o que importa é se a máquina PASSA NO TESTE DE TURING e não O QUE É INTELIGÊNCIA HUMANA ou que tipo de COMPORTAMENTO é característico apenas dos seres humanos.
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: Zé Henrique em Domingo, 21 de Julho, 2019 - 14h38
Eu só acompanho de fora que aí é briga de cachorro grande.  :pop:
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: feliphex em Segunda, 22 de Julho, 2019 - 02h37
Eu só acompanho de fora que aí é briga de cachorro grande.  :pop:

E eu aguardando ansiosamente para ver se esse tópico será "encerrado" prematuramente também ...  :pop:
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: feliphex em Segunda, 29 de Julho, 2019 - 15h36
Os gregos têm a mania de achar que todas as línguas têm influência deles, como se a deles não tivesse sofrido influência nenhuma, para mim o pior Cavalo de Troia é a própria língua grega, onde todos temos como referência de uma língua "estranha".

Coloco como exemplo esse vídeo do canal da BBC Brasil:

A curiosa origem de 5 palavras gregas no português

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=Be1fc6ao4mg[/youtube]


E aí? Será que isso não teve o caminho inverso? Ou pai é aquele que faz o documento primeiro?
Título: Re: Vem aí um novo Acordo Ortográfico?
Enviado por: VitDoc em Sexta, 15 de Janeiro, 2021 - 17h33
Dá-me muita pena quem enxerga e, pior, se alegra com a perspectiva de ver o mundo com uma necessidade de convergência e padronizacão absoluta.

Sou abertamente defensor do pluralismo linguístico e, ainda que esporádico programador, abomino a aspiração de alguns por uma linguagem universal.

Ao ver num tópico como este a defesa do pragmatismo, acabo  invariavelmente, vendo um "robô" do outro lado, alguém que já se deixou assimilar em nome da produtividade em detrimento da própria identidade. O mesmo alguém que, por mais produtivo que seja, nunca cultivará lembranças nem inspirará sonhos nos outros, pois será só "mais um" em meio à mesma massa que defende.