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A evolução da língua que preconizas é precisamente a mutilação de uma em detrimento de outra "para ficar mais parecida"?
Será que o alemão quer aproximar a sua língua do inglês? Será que o chinês quer aproximar a sua língua do inglês? Será que o italiano ou espanhol querem aproximar a sua língua do inglês? Qual o problema dos diacríticos? Todas as línguas indo-europeias têm diacríticos, à excepção do inglês (apesar de haver palavras que os têm).
O facto de uma língua não ter diacríticos não quer dizer que seja mais avançada ou melhor. Muito pelo contrário...Mas não vou entrar em pormenores linguísticos e etimológicos. O latim também não tinha diacríticos, no entanto, "morreu" e deu origem a imensas linguagens que os usam.
Confundes línguas com dialetos(que tendem a desaparecer com o encurtar das distâncias culturais) e com linguagens informáticas que servem apenas de ferramentas para comunicar instruções e metes tudo no mesmo saco.
Uma linguagem só é uma linguagem se puder ser falada por todos dentro de um determinado grupo social. Uma linguagem fechada, conhecida apenas por "meia dúzia" de pessoas, não é uma linguagem como eu a entendo. É uma ferramenta que serve para atingir um determinado fim. Tem uma dinâmica totalmente diferente, embora com regras e estrutura, obviamente. O seu fim é totalmente diferente e existe apenas numa esfera restrita e tecnológica.
Creio que as histórias tristes sobre PADECIMENTOS CONCRETOS muitas vezes são um melhor caminho para modificar o comportamento das pessoas que CITAR REGRAS UNIVERSAIS
Uma linguagem tem de ser vocalizada, sentida e democrática. Um ser vivo que se transmite de geração em geração, de cultura em cultura. Tudo o que tu falas em termos tecnológicos é semelhante à matemática. Aliás, é baseada na matemática, uma linguagem inventada para descrever e explicar o mundo. Quando digo que uma linguagem informática não recebe perguntas, apenas instruções, quer dizer que é unidirecional, só responde se já tiver a resposta, que lhe foi instruída antecipadamente.
Numa linguagem humana, a linguagem não espera que lhe dês instruções, ela tem um motor por trás dela que pensa, que reage, que muda consoante a personalidade da pessoa, da sua cultura, da sua educação. Tem estruturas tão complexas que não há regras que as limitem.
Permite erros espontâneos sem que o sistema fique à espera de nova instrução.
Um dia, a tecnologia terá atingido um nível tal, com base num poder de processamento maior que o nosso cérebro, que lhe permitirá cobrir todas as probabilidades linguísticas, tal como um computador sabe de antemão todas as jogadas num tabuleiro de xadrez. Mas, como quem viu Blade Runner saberá, continuará a ser uma linguagem com base em instruções, incapaz de criar calão, expressões idiomáticas, ditados populares ou criar um poema como os que saíram do cérebro de Fernando Pessoa.
Concordamos em discordar, então. Não quero fazer aqui nenhuma dissertação de mestrado e a disponibilidade para discutir assuntos estéreis também não é muita, mas fica um tópico lançado para muita discussão, que é o que mais falta aqui neste (e em todos?) fórum.
E a frase do dia é (hei) AS PALAVRAS NUNCA VOLTAM VAZIAS
Sierra Springs, meu caro, esse é meu sonho de consumo. Um tradutor que transmite direto a voz dos videos para legendas. Acredito que devem estar bem perto de conseguir.
Já que estamos falando de línguas mortas, nunca achei o latim pai e mãe do italiano e outras, sempre achei uma língua "angelical" das igrejas e o italiano correndo por fora nas ruas, nas óperas, algo popular, então isso quebraria tudo e a origem das línguas "latinas" estaria em outro lugar que a História ainda não cogitou.
Citação de: FragaCampos em Sexta, 19 de Julho, 2019 - 19h17Confundes línguas com dialetos(que tendem a desaparecer com o encurtar das distâncias culturais) e com linguagens informáticas que servem apenas de ferramentas para comunicar instruções e metes tudo no mesmo saco. não estamos discutindo sobre dialetos, estamos discutindo sobre a língua portuguesa em comparação com a língua inglesa. por favor, pare de dizer que estou confundindo as coisas quando obviamente não estou, está parecendo que você está tentando aplicar a falácia do espantalho ao distorcer aquilo que digo a cada nova resposta sua.
Citação de: FragaCampos em Sexta, 19 de Julho, 2019 - 19h17Numa linguagem humana, a linguagem não espera que lhe dês instruções, ela tem um motor por trás dela que pensa, que reage, que muda consoante a personalidade da pessoa, da sua cultura, da sua educação. Tem estruturas tão complexas que não há regras que as limitem.já ouviu falar do conceito filosófico de RIZOMA? e do TESTE DE TURING? ter ou não ter uma PESSOA REAL por trás de uma linguagem natural ou construída é cada vez mais IRRELEVANTE.
Não há falácia nenhuma. Escrevi isso em resposta à tua tentativa de comparar duas coisas incomparáveis, daí eu dizer que tentas meter dois gatos no mesmo saco. Daqui a 100 anos, não sei se continuarão a ser incomparáveis, mas não estarei cá para ver.
Claramente, não é um bom exemplo o Teste de Turing para o teu argumento. O Teste de Turing baseia-se na capacidade de uma máquina formular uma linguagem que permita um diálogo indistinguível do humano.
O problema é que esse diálogo se baseia, uma vez mais, em instruções. É como pescar num lago. O lago tem X peixes e tu sabes que só conseguirás tirar de lá X peixes. A máquina não consegue criar novas palavras para dialogar com um humano, apenas construir diálogos com as instruções que lhe foram dadas.
Além disso, trata-se de um teste que aborda o tema da inteligência e do comportamento humano, que é um tema bem mais complexo e profundo do que este que estamos a discutir.
Eu só acompanho de fora que aí é briga de cachorro grande.