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O drama de milhares de alagoanos que perderam suas casas e seus comércios está registrado em um documentário intitulado “A Braskem passou por aqui: a catástrofe de Maceió”, dirigido pelo argentino Carlos Pronzato. O filme que será lançado nesta quinta-feira (5), na capital alagoana, denuncia tanto o descaso do poder público em relação às vítimas como a resistência da empresa em assumir a responsabilidade pela tragédia. Ainda hoje, milhares desses moradores não conseguiram se reestabelecer. São mais de 57 mil. O local, que abrange cinco bairros (Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Farol e Mutange), de acordo com os relatos, se tornou uma ‘cidade fantasma’ e está desparecendo, “o solo está afundando”, conta o cineasta. Em entrevista ao G1, Pronzato diz ainda que os moradores perderam sua história por causa da negligência de uma empresa “que tinha tudo para prever a tragédia”.O filme mostra mais uma das catástrofes provocadas por empresas que, em nome do lucro, negligenciam questões ambientais e colocam em risco a vida humana, além de deixar claro a impunidade que acompanha estes casos. As tragédias provocadas pela Samarco e pela Vale em Brumadinho e Mariana, ambas em Minas Gerais, são outros exemplos emblemáticos dessa conduta, lembra o secretário de Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio.O documentário de Carlos Pronzato relata, em 80 minutos, o drama das vítimas e o silêncio das autoridades. Pronzato passou várias semanas no "Paraíso das Águas", onde os tradicionais bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol estão afundando em meio à 35 minas de sal-gema.Essas minas foram exploradas durante mais de 40 anos pela petroquímica Braskem (controlada pela Odebrecht e a Petrobrás) sem qualquer fiscalização efetiva por parte de autoridades e agentes públicos. A partir de março de 2018, as cavernas de sal começaram a desabar, gerando um terremoto de 2,5 graus na escala Richter. Até o momento, o problema segue em expansão geográfica, condenando cada vez mais moradias e negócios.Direção, produção e roteiro: Carlos PronzatoEdição: Xeno VelosoAssistência de direção: Benival Farias (Barbam)Assistência de campo: Paulo MarquesCâmera, entrevistas e montagem: Carlos PronzatoAssistência de edição: Davi AndresAssessoria de imprensa: Melina Vasconcelos e Afonso VasconcelosRealização: La Mestiza AudiovisualCatálogo de filmes: www.lamestizaaudiovisual.com.br
Dificilmente verão este documentário sendo badalado por aí, pois não trata de temas "modinhas" nem tem animações hollywoodianas - é um documentário bruto, humano e genial sobre um dos maiores desastres ambientais e urbanos na história do país. Para pôr melhor em contexto: se 10% do ocorrido na bela e humilde Maceió tivesse, na verdade, passado em São Paulo ou no Rio de Janeiro, a dramaticidade, real e midiática, seria absurda.É um recado escancarado de como as grandes empresas têm passado a boiada uma vez após a outra (Brumadinho, Mariana), não só no escopo ambiental, mas também juridicamente, em conluio com as autoridades de todas as esferas.Recomendo bastante! Agradeço a indicação ao colega Amílcar R..