Autor Tópico: Do governo ao PT, Gilmar reúne nata da política do Brasil em Portugal. - Notícia  (Lido 283 vezes)

0 Membros e 1 visitante estão a ver este tópico.

feliphex

  • Colaborador
  • Releaser
  • Postador de Legendas
  • br

  • Registo: 26 Fev, 2015
  • Membro: 49350
  • Mensagens: 2 913
  • Tópicos: 914

  • : 104
  • : 68

Está aí para quem (como eu) não tinha entendido o motivo do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, vir ao Brasil almoçar com Lula e jantar com Bolsonaro ...

O último baile da corte do Marcelo ... em um momento "muito oportuno" ...



Do governo ao PT, Gilmar reúne nata da política brasileira em Portugal.

Carolina Brígido
Colunista do UOL
14/11/2021 04h00

https://noticias.uol.com.br/colunas/carolina-brigido/2021/11/14/do-governo-ao-pt-gilmar-nata-da-politica-brasileira-portugal.htm

Do núcleo do governo Bolsonaro, passando pelo centrão até chegar ao PT, um evento jurídico vai reunir em Lisboa a nata da política brasileira. A organização é do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), do qual o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes é sócio. Com objetivo oficial de discutir Direito, o fórum será palco de costuras políticas que podem definir os rumos do país.

O evento começa amanhã e se estende até quarta-feira. Será presencial, com transmissão online. Entre os participantes, está a ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flavia Arruda. Ela integra o PL de Valdemar Costa Neto, a legenda que dará guarida ao presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A ministra participará de uma mesa redonda sobre políticas públicas de educação e saúde.

Nos intervalos, poderá conversar com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que também estarão em Portugal. Pacheco fará inclusive a palestra inaugural do fórum. No evento, Pacheco terá a chance de se encontrar com André Mendonça, o ex-advogado-geral da União que foi indicado para uma cadeira no STF em julho, mas ainda não foi submetido à sabatina no Senado.

Pacheco já prometeu a Mendonça convencer o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a agendar uma data para a sabatina. Somente depois desse procedimento, e se for aprovado, Mendonça poderá tomar posse como ministro do STF. A expectativa é que a sabatina seja realizada no fim de novembro, mas ainda não existe confirmação.

Mendonça, por sua vez, terá a oportunidade de transitar entre seus possíveis futuros colegas de trabalho. Além de Gilmar Mendes, claro, participarão do fórum jurídico os ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes.

Na semana passada, Mendes tentou costurar uma solução para salvar, em parte, o orçamento secreto. O ministro votou para que as chamadas emendas de relator continuassem sendo pagas, desde que fosse emprestado um caráter mais transparente ao procedimento. A solução não vingou. Prevaleceu o voto da ministra Rosa Weber, que suspendeu o orçamento secreto.

O julgamento iniciou uma crise na Praça dos Três Poderes. O Congresso Nacional e o Palácio do Planalto ficaram insatisfeitos, porque a decisão impede a execução de projetos já iniciados em áreas sensíveis - como saúde e educação. Agora, ministros do STF pressionam para que Rosa Weber libere o processo para o julgamento de mérito em plenário ainda neste ano.

O diálogo do STF com parlamentares está sendo liderado justamente por Mendes, Toffoli e Moraes - por coincidência, os três que embarcaram para Portugal. No evento, não vai faltar interlocutor para tratar do assunto.

As conversas de bastidor contarão com outros participantes ilustres do fórum - como o advogado-geral da União, Bruno Bianco; os ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Luís Felipe Salomão e Antonio Carlos Ferreira; além do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas.

Para a manhã de quarta-feira, está previsto um painel interessante: "Presidencialismo de coalizão e semipresidencialismo". Entre os debatedores estão Gilmar Mendes, o ex-presidente Michel Temer e o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Em tempo: Kassab trabalha para colocar logo na rua a pré-campanha de Pacheco a presidente da República.

Embora esteja fora da vida pública oficialmente, Temer não deixa de atuar nos bastidores. Em setembro, foi chamado por Bolsonaro para redigir uma carta-recuo, na tentativa do mandatário de fazer as pazes com o Judiciário. No feriado de Sete de Setembro, Bolsonaro subira o tom das críticas aos ministros do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Vale lembrar: Temer era investigado no STF quando ocupava o Palácio do Planalto. Ao deixar o cargo, foi preso em março de 2019 por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7a Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro - que, por sua vez, é alvo de críticas duras e constantes de Gilmar Mendes.

O último dia do evento terá um painel sobre Forças Armadas e democracia, com a presença de Raul Jungmann (Cidadania), que foi ministro da Segurança Pública entre 2016 e 2018; de Aldo Rebelo (Solidariedade), ministro da Defesa entre 2015 e 2016; e do senador Jaques Wagner (PT). Porque a esquerda também terá voz no fórum de Portugal.

« Última modificação: Domingo, 14 de Novembro, 2021 - 14h06 por feliphex »
"Pouco com Deus é muito, muito sem Deus é nada!"