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Ninguém sabe ao certo o que aconteceu no aquário tropical de um jardim zoológico alemão há duas décadas, mas, segundo biólogos, experiências com uma alga tropical libertaram uma alga híbrida que está agora a dizimar a vida marinha no Mediterrâneo.Foi no final da década de 1980 que Alexandre Meinesz, um professor de biologia na Universidade francesa de Nice, na costa do Mediterrâneo, detectou pela primeira vez a propagação de uma nova espécie de alga ao longo da costa francesa. Horizon segue Meinesz numa história de investigação científica enquanto ele tenta desvendar a origem desta alga invasora, alertar as autoridades sobre o perigo e encontrar uma solução antes que seja tarde demais.Meinesz rapidamente identificou o invasor como uma versão gigantesca de uma alga chamada Caulerpa taxifolia. Mas o que o intrigou foi que esta variedade de alga normalmente cresce a milhares de quilômetros de distância, nos trópicos, e é uma planta pequena e relativamente rara. A planta que ele encontrou era maior e mais densa do que qualquer membro da família Caulerpa que ele já tinha visto e prosperava nas águas mais frias do Mediterrâneo.À medida que os cientistas estudaram o invasor, eles descobriram que, embora ela não representasse uma ameaça para os seres humanos, era tão tóxica que muitos animais mediterrânicos preferiam morrer de fome, em vez de a comer. E ela crescia tão rapidamente que tomava o lugar de suas concorrentes nativas; além disso, onde quer que crescia, o fundo do mar estava a tornar-se um deserto verde.Mas ninguém com autoridade deu ouvidos ao alerta de Meinesz e, agora, as algas estão a causar a maior perturbação no ecossistema do Mediterrâneo na história moderna.O filme remonta a origem da planta a uma variedade de algas criadas involuntariamente pelo Zoológico de Wilhelma, em Stuttgart, Alemanha, durante a década de 1970. A sua característica única era que, num feito singular entre as plantas tropicais, ela prosperava no ambiente artificial dos aquários. O aquário do zoológico enviou-a a outros aquários na Europa Ocidental e, rapidamente, ela tornou-se a planta de aquário mais popular no planeta, comercializada em todo o mundo. Na década de 1980, ela escapou para o Mediterrâneo, onde, inesperadamente, prosperou.Em 1999, os Americanos rotularam a Caulerpa taxifolia como uma planta nociva e proibiram a sua importação, mas já era tarde demais: os aquários de peixes do país já a abrigavam aos montes. Em 2000, alguuns espécimes chegaram a uma lagoa costeira no sul da Califórnia. Os Americanos têm trabalhado arduamente desde então para a erradicar antes que a costa da Califórnia siga o caminho do Mediterrâneo. Mas com as algas presentes em milhões de aquários em todo o mundo, onde elas irão atacar a seguir?Atualmente, no Mediterrâneo, as autoridades ambientais francesas procuram soluções. Elas tentaram diversas formas convencionais de erradicação, mas nada foi páreo para a escala da infestação. Há, contudo, uma esperança: uma lesma marinha tropical, chamada Elysia subornata, que se alimenta naturalmente da planta. Mas isto envolve a introdução de mais uma espécie exótica no Mediterrâneo e, compreensivelmente, os cientistas estão apreensivos. Estariam eles apenas a substituir uma espécie invasora por outra? Enquanto ponderam, a ecologia do Mediterrâneo Ocidental torna-se cada vez mais empobrecida.