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As consequências e a repercussão do acidente com o Césio 137 são acompanhados logo após o acontecimento e 14 anos depois.PARA NÃO ESQUECER O ACIDENTE COM O CÉSIO 137 EM GOIÂNIANo dia 13 de setembro de 1987, dois jovens que catavam sucata para o sustento, encontraram uma cápsula de chumbo em meio à ruína de uma antiga clínica de tratamento de câncer desativada, do Instituto Goiano de Radioterapia, na cidade de Goiânia.Sem saber que esta cápsula de chumbo continha uma fonte de césio-137 e que é altamente radioativa, os rapazes pegaram a cápsula, carregaram para casa em um carrinho de mão e venderam para um sucateiro seis dias depois. O curioso negociante de sucata abriu a cápsula e descobriu um pó de cristal branco que brilhava azulado no escuro. Encantado com a descoberta, ele distribuiu o pó para parentes e amigos. Esta cápsula de chumbo continha uma fonte de césio-137, dando origem ao maior acidente radiológico do Brasil.A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), foi informada às 15 horas do dia 29 de setembro de que haviam áreas contaminadas e pessoas que apresentavam sintomas de exposição à radiação. “As proporções do acidente foram agravadas pelo longo tempo decorrido entre o evento e sua notificação às autoridades. A fonte, na forma de cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade, e o seu inadequado manuseio, contribuíram para aumentar o número de pessoas e áreas contaminadas.” (Relatório do Acidente Radiológico em Goiânia, CNEN 1988 (link is external)).A cápsula continha apenas 19 gramas de césio-137, no entanto causou sofrimento infinito às vítimas e gerou mais de 6.000 toneladas de lixo radioativo, armazenado em local especialmente criado, na cidade de Abadia de Goiás, a 22 Km de Goiânia. Esse lixo precisará ser diariamente cuidado por pelo menos 268 anos. (link is external) Césio-137 não é produzido pela natureza. É um nuclídeo altamente radioativo com meia-vida de 30 anos. É produto da fissão do urânio-235, criado pela explosão de bomba atômica ou em usinas nucleares como lixo radioativo. O césio-137 foi vendido durante décadas em todo o mundo para irradiar células cancerosas. Atualmente, o maior problema é com o descarte desses antigos aparelhos. "Não temos aprendido nada. E nada impede que acidentes como este volte a acontecer”. Odesson Alves Ferreira, vítima do acidente com o césio 137 em Goiânia, em entrevista ao jornal argentino La Nacion, 8 jan 2022 (link is external)