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FragaCampos

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Linces nascidos em cativeiro vão ser devolvidos ao habitat natural
« em: Terça, 09 de Dezembro, 2008 - 01h44 »
Linces nascidos em cativeiro vão ser devolvidos ao habitat natural
06.12.2008
Carlos Dias


Os últimos dados científicos, recolhidos por investigadores de vários países, confirmam que há boas razões para acreditar que a população de linces (Lynx pardina) pode vir a recuperar na região espanhola da Andaluzia, onde se realizam experiências de reintrodução da espécie no habitat natural, prática essa que será seguida na região do Alentejo.

O balanço feito sobre a situação da população do felino mais ameaçado do mundo, durante o III Seminário Internacional do Lince Ibérico, que decorreu em Novembro na Universidade de Huelva, realçou o progressivo aumento no número de exemplares na Andaluzia.
O salto mais “espectacular” registado verificou-se nos vales dos rios Jándula e Yeguas em plena serra Morena, pouco mais de uma centena de quilómetros a nordeste da cidade de Córdova. Na região andaluza, a população de linces passou de 60 exemplares em 2002 para 150 em 2008, número que inclui 60 crias e 32 fêmeas. Em Doñana, mais a sul na província de Huelva, estão identificados 50 exemplares.

A este total podem somar-se os que foram recentemente localizados na província da Ciudad Real, que contaria, segundo as investigações ali realizadas, com uns 15 exemplares, entre eles três fêmeas reprodutoras.

Os especialistas destacaram, durante o seminário de Huelva, o êxito da reprodução nas zonas consideradas mais promissoras da serra Morena, onde estão identificadas 27 fêmeas adultas e quatro jovens que em 2008 tiveram, no seu conjunto, 61 crias e sobreviveram 55 em liberdade.

No Parque Natural de Doñana, o êxito foi menor, devido a um surto de leucemia que assolou, em 2007, o núcleo de linces ali concentrado em cativeiro, afectando 11 exemplares, dos quais nove morreram. Mesmo assim, foi possível alcançar meia centena de animais em 2008. Ao crescimento e estabilização da população de linces em liberdade somam-se os bons resultados do programa de criação em cativeiro. Nas previsões iniciais esperava-se contar com 35 crias no programa para 2008, mas a realidade superou todas as expectativas, e o seu número subiu para 56.

Programa Life

Observa-se uma elevada taxa de sobrevivência e um alto índice de animais jovens em cativeiro veio colocar na ordem do dia o problema da sua devolução ao meio natural e da necessidade do aumento das áreas a povoar. Os técnicos do programa europeu Life – que concedeu uma verba de 25,9 milhões de euros para a recuperação e conservação do lince ibérico, a decorrer entre 2005 e 2011 – detectaram dois exemplares mortos que transportavam coleiras com radiocontrolo, confirmando-se que a sua morte aconteceu na sequência de lutas com outros linces pela ocupação de território.

O empobrecimento da variabilidade genética nas populações de lince ibérico é uma das maiores ameaças à sobrevivência da espécie, que precisa de um número mínimo de 60 crias para garantir a diversidade genética. Até agora, os cientistas só detectaram a presença de linces em Doñana, serra Morena oriental e Serra Norte de Sevilha, embora só tenham sido encontradas provas de reprodução nas duas primeiras populações. Daí a importância da reprodução em cativeiro.

O desaparecimento progressivo da espécie prende-se com a degradação do seu habitat, provocada sobretudo pela escassez de coelhos – dizimados pela prática da caça –, que constituem a base da sua população, e o atravessamento de estradas, que implica mortes por atropelamentos. Também a ocupação dos seus espaços naturais pela agricultura é outro dos factores que podem ser incluídos nas causas que provocaram o declínio do lince ibérico.

in Público Online
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