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A argumentação central de seu discurso defende que a ideologia, como pode ser entendida por meio de Marx, se encontra na dupla negação, ou seja, na relação entre sim e não. Iniciando sua palestra, Zizek contou uma série de anedotas, entre elas a da mulher que convida um homem, após um encontro, para tomar café em seu apartamento. O homem diz que não toma café e a mulher responde: “Tudo bem, eu não tinha café para te oferecer”. “O primeiro convite para tomar café era só um pretexto para fazer sexo. Ao negar o que ela diz, a mulher mostra o que realmente queria dizer. A dialética entre o sim e não nos permite entender como a ideologia funciona. Para detectar essas distorções ideológicas é preciso ver o jogo complexo entre o dito e o não dito”, explica o professor.Para que seu público o compreendesse, Zizek passou a aplicar a mesma lógica em diversos outros assuntos e exemplos. Já que estava no Brasil, o teórico citou o carnaval. “Nesta época do ano todos esquecem as diferenças sociais. O que não é dito é que, se o trabalhador pobre dançar por dias, ele deixa em casa uma família sem comer. Agora, quando o banqueiro dança, ele se deleita de sua riqueza”, comentou.